22 de março de 2016

Projeto que limita gasto federal prevê demissões e indica: PDV da Petrobrás é uma decisão do governo

Embora a Petrobrás não confirme publicamente, é mais do que iminente um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) como parte do plano de reestruturação que vem promovendo um verdadeiro desmonte da companhia através do desinvestimento. Para quem ainda tem dúvidas, na última segunda-feira (21) o governo federal demonstrou que não só é verdade as informações ventiladas na imprensa sobre o novo PDV, como faz parte do ajuste fiscal de Dilma.
Nesta segunda-feira foram apresentados pelo governo mais detalhes da proposta feita em fevereiro ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o tal do conselhão, para “limitar o gasto público federal”. Caso o Congresso aprove a proposta, o governo poderá suspender o aumento real do salário mínimo e impedir reajustes reais ao funcionalismo, cortar em 30% os benefícios dos servidores, assim como implantar licença temporária, e reduzir o quadro de pessoal por meio de programas de demissões voluntárias.
A Petrobrás, ao que tudo indica, está fazendo muito bem o seu dever de casa e será uma das primeiras empresas controladas pelo governo a adotar as demissões. A direção da companhia pretende iniciar ainda neste semestre um PDV com a intenção de desligar até 12 mil trabalhadores.
O corte representa cerca de 15% do total de 77,8 mil petroleiros diretos e envolve subsidiárias como a BR Distribuidora e Transpetro – alvos do desinvestimento (privatização) em curso na empresa. A intenção é claramente tornar ainda mais atrativa a venda de ativos ao mercado internacional. Empresas com efetivo reduzido é um sonho para futuros compradores. Para superar o PDV de 2014, que teve adesão de 6,2 mil empregados, neste ano a previsão é contemplar tanto funcionários novos quanto antigos, aposentáveis ou não. Se em 2014, quando a empresa prometeu repor os quadros desligados, nem se aproximou do que havia garantido, o que devemos esperar deste novo PDV? Qual será a realidade da empresa, sobretudo nas áreas operacionais, diante de um enxugamento deste porte?
O PDV é parte do desinvestimento, que é parte do ajuste fiscal
Como já dissemos em outras ocasiões, o desinvestimento não se trata de uma medida tomada pelo presidente Bendine de forma independente. É parte do ajuste fiscal. Ou seja, quando se trata da classe trabalhadora, ninguém está sendo poupado do facão do ajuste – muito menos os petroleiros e a Petrobrás.
O que estamos enfrentando são diversas medidas que compõem um mesmo objetivo: despejar nas costas dos trabalhadores a conta da crise. A Caixa, ainda 100% estatal, portanto sob o guarda-chuva governamental, também já anunciou um plano de reestruturação que precariza as condições de trabalho dos bancários.
A solução para a crise não pode ser a privatização e o sucateamento dos serviços e patrimônios públicos, não pode ser as demissões em massa e a retirada de direitos, não pode ser a criminalização das lutas.
A luta contra a venda de ativos e contra a entrega do pré-sal, que também entra nessa lista de medidas que surfam na onda da crise, não é apenas dos petroleiros. É de toda a sociedade! No entanto, é insuficiente pedir à população solidariedade. O que precisamos é nos unificar em torno de uma bandeira em comum, que inclua o fim do ajuste fiscal, o que por consequência inclui o fim do desinvestimento da Petrobrás, o fim da reestruturação na Caixa, a retomada de investimentos em saúde e educação, o fim dos juros e inflação exorbitantes que consomem nossos salários… enfim, devemos lutar por todas essas bandeiras que significam na prática uma luta só.
Os trabalhadores, os estudantes, os movimentos sociais, todos os lutadores, devem entrar em cena com mobilizações e greves para resistir e derrotar os pacotes de austeridade dos governos, os ataques do Senado e do Congresso, e a retirada de direitos dos patrões. A união de todos os trabalhadores, seguindo o exemplo das greves gerais realizadas pela classe operária europeia diante da explosão da crise em 2008, é o único caminho capaz de reverter todos esses ataques. 

Juntos somos mais fortes.

FONTE:http://sindipetrolp.org.br/?p=30559

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