13 de janeiro de 2015

Até as Comissões de Benzeno foram fatiadas entre os aliados da Articulação do PT


Militantes históricos das comissões de benzeno repudiaram a indicação de coordenadores das bancadas dos trabalhadores na Bahia e no Rio de Janeiro.
Desde a criação da Comissão Nacional do Benzeno, as bancadas dos trabalhadores das comissões regionais e estaduais tiveram autonomia para indicar entre os participantes seus coordenadores.
Mas neste ano, a CUT resolveu nomear membros externos às comissões e sem histórico de militância ou conhecimento para ocupar o cargo. Numa reunião convocada às pressas, empossaram os novos coordenadores e alteraram os regimentos internos para permitir o novo formato de indicação.
Militar em defesa do reconhecimento da exposição do benzeno e de suas implicações não é tarefa fácil e demanda bastante estudo e conhecimento. O acordo nacional tem mais de 20 anos e a bancada patronal se nega a cumpri-lo na integra, lutando sempre para aprovar retrocessos, como a implantação de um limite de tolerância, mesmo sabendo que o benzeno é tóxico em níveis baixíssimos e que há comprovação do adoecimento dos trabalhadores expostos a pequenas concentrações e por curtos períodos.
 
Novos coordenadores não se importam com a rejeição dos membros históricos e se candidatam a eleição do CA
 
Deyvid Barcelar na Bahia e Cláudio Nunes  no Rio de Janeiro foram questionados na primeira reunião em que se apresentaram como novos coordenadores, sem que os demais membros da bancada soubessem e participaram da alteração dos regimentos internos das comissões.
Barcelar é o novo coordenador do Sindipetro Bahia, mas na verdade forneceu ao Paulo Cesar - PC, ex-coordenador, uma procuração ad eternum que possiilita ao PC atuar como representante legal do Sindipetro BA em toda e qualquer instancia até o fim do mandato. Não passando de um laranja do PC, teria concordado em troca de ser indicado a Comissão do Benzeno e de concorrer como candidato da FUP ao CA da Petrobras?
Prova disto, são as assinaturas do PC no último acordo coletivo e sua presença nas audiências do dissídio da RMNR.
 
Candidato ao CA da Transpetro, Cláudio Nunes, o novo diretor do Sindipetro NF e da FUP, teria conhecimento suficiente para desbancar outros militantes que acompanham a décadas as discussões do benzeno nas esferas regionais e nacionais?
Quando assumiu a vice-presidência da CIPA do Terminal de Cabiúnas em fins 2010, sendo o 3° suplente eleito, numa reunião até hoje não esclarecida, devido a ausência de todos os outros 3 titulares eleitos, Cláudio passou a representar a CIPA na Sub-comissão do benzeno e acabou abrindo mão de todos os avanços conquistados pela CIPA até então.
A maioria das lideranças de Cabiúnas apoiaram a chapa de oposição. Será que a indicação à Comissão Estadual de Benzeno do RJ e a direção da FUP foram a forma de garantir que ele estivesse ao lado da direção nas eleições?
 
De qualquer forma, a indicação de membros pelas centrais sindicais, no caso a CUT, sem o acúmulo de discussão e conhecimento suficientes só trará prejuízo aos trabalhadores que lutam para ter o reconhecimento da exposição ao Benzeno.
Este agente perigoso que precisa ser controlado para evitar o adoecimento de milhares de trabalhadores merece ser acompanhado por representantes legítimos e comprometidos com a causa. A comissão não pode ser usada pela Articulação do PT, que insiste em fatiar todas as instituições para angariar apoio.
 
A saúde dos trabalhadores é algo inegociável!
 
Repudiamos as indicações dos coordenadores e exigimos a restauração dos regimentos internos anteriores que atendiam em sua forma original, os anseios dos trabalhadores.
 

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